Dia Mundial do Algodão

Assinala-se esta segunda-feira [07.10.2024], o Dia Mundial do Algodão proclamado através da Resolução 75/318 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas a 30 de Agosto de 2021. A iniciativa que surgiu em 2019, quando quatro países produtores de algodão da África Subsaariana (Benim, Burquina Fasso, Chade e Mali), conhecidos como “Cotton Four”, propuseram à Organização Mundial do Comércio a celebração deste dia.

A data tem como objectivo aumentar a visibilidade do sector do algodão, um tecido natural  que garante a vida de 32 milhões de produtores em todo o mundo (quase metade dos quais são mulheres) e beneficia mais de 100 milhões de famílias em 80 países dos 5 continentes.

A comemoração visa igualmente realçar a importância de um crescimento económico sustentado, inclusivo e sustentável, do emprego pleno e produtivo e do trabalho digno para todos, impulsionado pela cultura do algodão, uma das commodities agrícolas com maior concetração de mercado quando se trata de oferta.

Apenas cinco países são responsáveis por cerca de 70% da produção mundial, cerca de 20 milhões de toneladas por safra, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Por ordem de volume de produção, a India ocupa o primeiro lugar, seguida dos Estados Unidos, Brasil e Paquistão. São os lideres globais na produção, enquanto na comercialização internacional do algodão em pluma, os Estados Unidos e o Brasil são os lideres.

Dados do Instituto de Economia Agrícola indica que a oferta mundial de algodão em pluma na safra 2021/22 totalizou 44,48 milhões de toneladas, com diminuição de 2,3% em comparação à da temporada anterior em de- corrência da redução no estoque inicial, uma vez que a produção foi crescente ao alcançar 25,30 milhões de toneladas.

Em África, dados da Mordor Intelligence, A África Ocidental domina a produção na região. O Mali registou a maior produção de algodão de sempre, com mais de 750.000 toneladas métricas para a época 2021-2022. A África Ocidental é responsável por mais de três quartos das exportações africanas de algodão.

Em Angola, o Executivo prevê potencializar a indústria têxtil e a produção de algodão em grande escala para que o país atinja a auto-suficiência até 2027. Apesar de a empresa Textang II estar com uma produção de cerca de 10% da capacidade instalada, o país conta com outras duas indústrias têxteis, nomeadamente a Satec e a África Têxtil, a funcionarem no limite da sua capacidade.

Neste sentido e com vista a alavancar a indústria têxtil, o sector vai beneficiar de garantias soberanas do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2024 no valor de 330 mil milhões de kwanzas.

O Grupo ALCAAL- Textang II tem o objectivo de estabelecer a auto-suficiência do algodão produzido em Angola, pretendendo aumentar a visibilidade do sector do algodão e a sensibilização para o papel fundamental que este desempenha no desenvolvimento económico, no comércio internacional e na redução da pobreza.

A história do algodão em Angola, se confunde com a Revolta da Baixa de Cassanje.  De acordo com a Revista Internacional de Estudos Africanos, a Revolta ocorrida há exactamente 38 anos, continua sendo hoje uma das revoltas menos conhecidas da história angolana, afigurando-se no entanto o episódio mais relevante de contestação das condições de trabalho impostas sob domínio colonial, quer pela sua duração como pela área geográfica e população envolvidas, razões só por si suficientes para atrair o investigador na pista da conflitualidade e da violência social próprias dos tempos coloniais. A confirmar o impacto infligido ao poder colonial pelos camponeses da Baixa, um inspector do Ministério do Ultramar considerava esta revolta “a primeira acção subversiva em longa escala processada no Ultramar nos últimos quarenta anos”.

Reflectindo uma percepção ainda limitada da sua importância e significado, alguns estudos publicados nos anos 60 e 70 revelaram as primeiras interpretações desta revolta.

Previous Vice-Presidente da República rende homenagem ao Jornalista Ismael Mateus

Newsletter

Preencha o formulário abaixo e subscreva a nossa Newsletter.

Copyright ©️ 2024 Órgãos de Apoio ao Vice-Presidente da República (OAVPR) | Todos os direitos reservados